terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

MISSÃO DO MIGRANTE 2011: Fé, Esperança e Vida no Vale do Jequitinhonha

Adaptado do texto de Padre Luciano - Chapada do Norte
O Serviço Pastoral dos Migrantes, ligado à Igreja Católica e com sede nacional em São Paulo/SP, promoveu entre 17 e 23 de janeiro de 2011, com a valiosa parceria da diocese de Araçuaí, do pároco e das comunidades rurais do município de Chapada do Norte, mais uma missão do migrante, dentre inúmeras outras que ocorreram e que ainda estão por vir.
O trabalho é desenvolvido a partir de uma articulação intensa entre os municípios da diocese interessados, a sede nacional e as irmãs da Providência de GAP: Sandra Pinto de Souza e Ana Maria de Assis, residentes em Araçuaí, membros da Pastoral dos Migrantes, grandes entusiastas da causa missionária e que contam com a ajuda voluntária de Teka.
"As entidades (Pastoral dos Migrantes, CPT, Paróquias, Sindicatos, etc) que organizam as missões tem o interesse de conhecer a fundo, diagnosticar, sistematizar as condições de vida e as causas da migração de milhares de trabalhadores e trabalhadoras do Vale do Jequitinhonha. Além disso, procuram estimular as comunidades beneficiadas com as missões a se organizar e fortalecer sua incidência política em seus respectivos municípios revindicando direitos básicos, como o acesso à água, alimentação, saúde, educação, transporte, etc. Também tem interesses de tornar público para o conjunto da população dos municípios da região, dos governos estadual e federal a problemática da migração no Vale do Jequitinhonha que está estreitamente ligada, na sua origem, à escassez de mínimos vitais sociais (água, trabalho remunerado, terra para plantar, saúde, educação, etc.) e, na região de destino dos migrantes, à violação de direitos humanos e sociais".
Todos os anos milhares de homens e mulheres deixam suas famílias e cidades a fim de buscarem alternativas de sobrevivência ou de melhores condições de vida, já que nem sempre encontram essas alternativas em seus locais de origem. Fala-se aqui de um cenário que traz implicações as mais diversas: desde o deslocamento muitas vezes forçado de todas essas pessoas, a negligência quanto a seus direitos básicos, a separação provisória ou rompimento dos laços familiares, o problema do uso de entorpecentes e a saudade dilacerante.
A Missão dos Migrantes no nordeste de Minas Gerais visa o conhecimento e reconhecimento dos locais de origem desses migrantes, a fim de atentar e denunciar toda a problemática que envolve esse panorama social e também com o intuito de refletir, juntamente com as comunidades, sobre alternativas a curto, médio ou longo prazo para resolução desses problemas. As missões acontecem todos os anos nas regiões de origem, no caso os municípios do Vale do Jequitinhonha e nas regiões de destino desses migrantes, representadas em sua maioria pelas cidades do interior do Estado de São Paulo.

Homens e mulheres são submetidos à uma exaustiva jornada de trabalho nos canaviais


O grupo de missionários que faz esse trabalho é formado por religiosos e leigos, que possui indivíduos de várias localidades do Brasil e tem a oportunidade de conhecer e vislumbrar a rica cultura desse povo mineiro do Jequitinhonha. Além do que pode perceber também a bravura desses migrantes, com sede pelo retorno e a coragem ainda mais latente dessas mulheres mineiras, que conduzem o Vale e suas famílias pelos mais belos e resistentes caminhos durante a maior parte do ano, isso quando não têm que migrar também.
Este pequeno texto tem por finalidade chamar a atenção da comunidade diocesana de Araçuaí, para a problemática da migração, que não deve ser rechaçada, já que é responsável por boa parte da renda das famílias, mas que deve integrar as mais importantes pautas de reflexão dos municípios e das comunidades rurais, para que tenham fé, esperança e vida em abundância.

Famílias permanecem juntas poucos meses ao ano para conviver, celebrar e festejar

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